A chegada da pandemia do novo coronavírus trouxe uma série de desafios para 2020. A economia como um todo sofreu: o PIB do Brasil chegou a registrar um tombo de 9,7% no segundo trimestre – o maior da história. E no mercado de trabalho não foi diferente: em decorrência da crise econômica, a taxa de desemprego bateu o recorde de 14,6%, segundo os dados da Pnad Contínua, a pesquisa de emprego do IBGE. Milhões de profissionais ficaram sem emprego, e milhares de empresas fecharam as portas.
Os efeitos econômicos respingaram em todos os setores, com impactos em diversas profissões. Naturalmente, alguns setores sofreram menos que outros. No mercado financeiro, por exemplo, há muitas oportunidades para 2021. Mas setores como o de serviços enfrentam um processo de recuperação mais lento.
A expectativa é que o mercado de trabalho encerre 2021 com resultados melhores do que os de 2020, mas os profissionais ainda vão encontrar desafios. Economistas acreditam que a taxa de desemprego deve subir nos próximos meses em função do fim do auxílio emergencial, do orçamento apertado das famílias devido à crise e do possível afrouxamento das restrições de circulação – que levará milhões de brasileiros, que hoje não integram as estatísticas de emprego, a procurar emprego, pressionando a taxa para cima
“O ano de 2020 foi de fases. Começamos o ano bem e a expectativa para o mercado de trabalho era positiva. A pandemia chegou, o isolamento social foi decretado e os meses seguintes foram bem difíceis. O mercado teve que se adaptar ao home office, às demissões, entre outras coisas. Mas a partir de julho, observamos um início de recuperação e alguns setores voltaram a operar de forma mais consistente. A palavra para 2020 foi incerteza. Por isso, 2021 tem tudo para ser melhor, mas o mercado de trabalho seguirá em processo de retomada”, afirma Luis Fernando, diretor-geral da recrutadora Hays Brasil.
Rebeca Toyama, especialista em estratégia de carreira, afirma que o ano de 2021 será de transição entre a crise que o país está vivendo e uma etapa de retomada, provavelmente mais consistente após a chegada de uma vacina. “Quem vai buscar emprego ou recolocação precisará ser resiliente e se requalificar – seja tecnicamente ou no desenvolvimento de soft skills [habilidades comportamentais] – atualizar os conhecimentos para estar alinhado ao momento. Tudo está mudando muito rápido”, diz.